Entrevista a Júlia Azevedo, presidente do SIPE ao DN, no Dia Mundial do Professor
DN - Celebra-se o Dia Mundial do Professor. Este ano será marcado por motivos para festejar ou é mais um ano em que a classe docente se sente desvalorizada?
"Há uma nova esperança. O acordo alcançado entre o SIPE e o Ministério da Educação permitiu não só a recuperação do tempo de serviço, como também recuperar o tempo de serviço que os professores e educadores perderam nas quotas.
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Porém, a desvalorização nos anos anteriores foi de tal forma profunda que ainda existe muito caminho a percorrer para a dignificação e valorização da carreira docente."
DN - A recuperação do tempo de serviço é suficiente para evitar novos protestos dos professores?
"A desqualificação da nossa profissão foi tão diversificada que a valorização não se resume só à recuperação do tempo de serviço.
Há muito trabalho a fazer: resolver as questões das ultrapassagens entre docentes, valorização salarial, compensar os docentes que se encontram nos últimos escalões e lutaram connosco, descontaram para a CGA e não recuperaram tempo de serviço.
Alterar os concursos colocando como único critério a graduação profissional. Melhorar condições de trabalho. Enfim, fruto de anos consecutivos de desvalorização, o caderno de encargos é pesado.
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Trata-se de uma grande oportunidade de melhorar as condições docentes, oportunidade essa que o País não pode desperdiçar."
DN - Como prevê este ano letivo? Será mais calmo que o anterior?
"Trabalhoso e expectante. Mais calmo, sem dúvida. Vamos envolver todos os nossos associados na revisão do Estatuto da Carreira Docente e esperamos alcançar a revalorização social e salarial."
Não podemos Parar.
Todos Unidos Conseguimos.